Mais do que um problema a ser resolvido, o jovem é uma potência
Vemos uma juventude cada vez mais perdida, cada vez mais enganada pela mídia. Jovens que 40 quilos que se acham gordas e querem ficar mais magras morrendo assim de anorexia, jovens derrubados pelas drogas, pela bebida, pelo sexo sem regras, sem amor. Aliás, jovens que desconhecem completamente o termo ‘amor’. A nossa juventude tem sido uma juventude de pessoas de 13 e 14 anos que têm depressão, que têm distúrbios psicológicos e emocionais, de adolescentes que querem sair de casa para morarem sozinhos, porque já se acham adultos demais. Temos visto um número cada vez maior de jovens buscando sua felicidade em coisas totalmente sem sentido, buscando saciar a sede e a fome que suas almas têm com coisas que não saciam nem mesmo a carne, o corpo. Jovens que já perderam o sentido da vida.
Porém, mesmo com toda essa situação, nós, jovens católicos, que vivemos perto de Deus vendo e ouvindo as maravilhas que ele tem para cada um de nós e para toda a juventude do mundo, precisamos parar de querer trazer os jovens para a igreja só por causa dos problemas existentes na vida de cada um. Eis um dos motivos pelos quais certos grupos, movimentos e pastorais ligados à juventude não vão pra frente, não progridem: pensa-se no jovem somente como mais um ‘problema a ser resolvido’, mais um dilema, mais uma questão de difícil solução. É preciso ver pelo outro ângulo. Sim, existe um outro ângulo, um segundo modo de vermos o motivo pelo qual devemos buscar os jovens: eles são uma Potência, e com P maiúsculo mesmo. Todo jovem carrega dentro de si uma força, uma vitalidade, uma energia, que certamente vai desembocar em algum lugar. É por isso que precisamos dos jovens na igreja, porque eles são um ‘vulcão prestes a entrar em erupção’. Muito mais do que problemas a serem resolvidos, eles são peças do imenso quebra-cabeça de Cristo.
Esse sim é o motivo pelo qual devemos apresentar aos jovens a resposta às suas perguntas mais íntimas, o alimento que verdadeiramente saciará a sede e fome que suas almas e corações possuem: o amor do Pai. É desse amor que todos nós sentimos necessidade. Quando fomos batizados, o nosso coração foi selado, carimbado pelo Espírito Santo e desde esse dia nunca mais conseguimos ser os mesmos. A partir de então, vivemos tentando buscar nas coisas, nas pessoas e nos acontecimentos, consciente ou inconscientemente, esse tal ‘amor’ que viria (e vem) nos preencher por completo. O jovem precisa saber que por mais que os nossos erros estejam sempre nos acompanhando, por mais que os nossos pecados marquem a nossa história, esse amor jamais desaparecerá. Nem sequer diminuirá. Prova disso é o fato de que, quando estávamos talvez no auge das nossas fraquezas, Deus mandou seu Filho único para morrer por nós. Como se não bastasse o ‘amor da criação’, agora vem o ‘amor da salvação’. Um Deus que se humilha por amor. Amor a você. Amor a mim. Um amor pessoal, incondicional e infinito. A partir daí só precisaríamos acreditar e mudar de vida. Podemos ver em diversas passagens dos Evangelhos que as curas que Jesus operou estavam sempre ligadas à fé das pessoas. Tanto que Ele sempre dizia: ‘Vá, a tua fé te curou!’. Acreditar nesse amor, mas acreditar vivamente, permitindo que essa fé altere o nosso comportamento naquilo que precisa ser alterado: somente isso é necessário. No entanto, como Jesus já sabia que nem isso seríamos capazes de fazer, que ainda sim precisaríamos de ajuda, Ele enviou e envia essa ajuda: o seu Espírito. É justamente Ele, o Espírito Santo de Deus, que nos impulsiona a Si próprio, isto é, ao próprio Deus. Ele é a nossa direção, a nossa força, Aquele que se move em nós nos dando coragem quando temos medo, audácia quando somos covardes, ânimo quando já não encontramos motivos para continuar no seguimento de Cristo. E quando pensamos que Deus já fez por nós tudo o que poderia ser feito, que já nos deu toda a ajuda que poderia ser dada, ele nos surpreende: coloca ao nosso lado anjos para nos ajudarem no nosso caminho em direção à santidade, pessoas que servem de sustento para nós. É por isso que fomos chamados a viver em comunidade, porque Deus sabia que não seríamos suficientes a nós mesmos, mas ao contrário, seríamos ‘essenciais’ na vida uns dos outros.
Todo esse amor está ansioso para encontrar a nossa juventude. E os jovens precisam entender que eles não têm todo o tempo do mundo para buscarem esse amor. Não sabemos quanto tempo ainda nos resta. A expressão ‘quando ficar mais velho entro para a igreja’ é lamentável. O jovem precisa usar a sua ‘Potencialidade’ enquanto ela está em ‘alta’. Deus tem sede da força que brota do coração do jovem. Jamais tenha medo de entregar a sua juventude a Deus. Já dizia Bento XVI assim que assumiu o seu pontificado: ‘Jovens, não tenham medo de Cristo. Ele não vos tira nada, mas dá tudo’.
Fonte: http://www.mixcatolico.com.br/
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